O Mosteiro de São Bento da Bahia representa um dos mais importantes monumentos
artísticos produzidos no País na época colonial. Nele, encontram-se obras de
arte que traduzem todo um sistema de valores de uma época, cujo estudo crítico
é imprescindível para a compreensão do processo histórico e cultural que marcou
tão profundamente o caráter do povo brasileiro.
Grandes estudiosos já se debruçaram sobre esta jóia do neoclássico, escrevendo livros sobre este mosteiro.
Devem ser lembrados os nomes de Dom Clemente da Silva-Nigra, Dom Gregório Müller, Dom José Lohr Endres e o artista Irmão Paulo Lachenmayer que colaborou na ilustração de tantas obras, para ficarmos entre aqueles que se destacaram no campo da arte. Todavia, apesar da excelência do trabalho já produzido até aqui, muito ainda há por ser revelado aos olhos de quem se interessa pela arte, pela cultura e pelos vários significados religiosos de que é depositário este monumento. São muitas as leituras que o Mosteiro permite ao pesquisador atual. Particularmente em relação ao aspecto simbólico da obra religiosa, ainda se tem por fazer todo um trabalho, com a erudição e a sensibilidade que o assunto impõe.
Devem ser lembrados os nomes de Dom Clemente da Silva-Nigra, Dom Gregório Müller, Dom José Lohr Endres e o artista Irmão Paulo Lachenmayer que colaborou na ilustração de tantas obras, para ficarmos entre aqueles que se destacaram no campo da arte. Todavia, apesar da excelência do trabalho já produzido até aqui, muito ainda há por ser revelado aos olhos de quem se interessa pela arte, pela cultura e pelos vários significados religiosos de que é depositário este monumento. São muitas as leituras que o Mosteiro permite ao pesquisador atual. Particularmente em relação ao aspecto simbólico da obra religiosa, ainda se tem por fazer todo um trabalho, com a erudição e a sensibilidade que o assunto impõe.
A história às vezes se esquece de
guardar para as gerações futuras a memória de personagens importantes por sua
vida ou por seus feitos sendo assim falaremos de um irmão que ficou esquecido
nos anais nos relatos do mosteiro baiano, o objetivo nesse artigo resgatar a
memória de Dom Lamberto Schmieder, OSB monge deste Mosteiro de São Bento da
Bahia.
Nasceu
em Seefelden perto de Milheim. Baden, Alemanha em 26 de abril de 1885, filho de
José Schmieder e Madalena Luhr. Esse monge alemão entrou na Ordem de São Bento
no Mosteiro de Beuron em 4 de abril de 1910 tendo recebido o hábito e entrando
no noviciado em 14 de agosto de 1911, veio para o Brasil em 17 de dezembro de
1911, afilhando-se à comunidade de Santa Cruz de Quixadá no Ceára em 28 de
dezembro de 1912 lá professando os votos em 1 de março de 1914, nas mãos do
Rev.mo Dom Ruperto Rudolf abade do dito mosteiro.
Ir. Lamberto Schmieder, OSB
Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia,
século XX.
Passaporte de Ir. Lamberto Schmieder, OSB
Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia, século
XX.
No ano dia 2 de outubro de 1915 por
ordem superior chega a Bahia e em 13 de abril de 1921 e transfere sua
estabilidade com toda a sua comunidade para o mosteiro de Salvador. Em 1 de
março de 1939 Ir. Lamberto celebrou seu jubileu de prata e em 1 de março de
1964 celebrou seu jubileu de ouro, isso nos atesta o manuscrito de Dom José
Edres:
Ficha bibliográfica de Ir.
Lamberto Schmieder,OSB
Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia, século
XX.
Antes
do Concílio Vaticano II nos mosteiros havia uma divisão de monges de coro e
Irmãos donados o primeiro se dedicava a oração e ao estudo enquanto o segundo
se dedicava a oração e o trabalho, assim sendo muitos irmãos se santificaram
plenamente prova disso é o horário pessoal traçado minuciosamente por Irmão
Lamberto descrevendo em sua sua rotina monástica onde descreve os oficios que
exerce no mosteiro:
Horário pessoal de Ir. Lamberto Schmieder, OSB
Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia, século
XX.
Mas se dúvida, o mas
primoroso de seus trabalhos encontra-se no legado artístico que fez com
suas mãos e hoje é herança viva para as futuras gerações. Apesar de não
dispormos de documentação referente a feitura do cadeiral, temos por base o
legado da tradição da comunidade beneditina na informação verbal. A encomenda
do cadeiral do coro do mosteiro de São Bento não poderá jamais dissociar-se de
uma figura fundamental: o próprio Dom abade Majolo de Caigny. Foi feito o atual
cadeiral em madeira pau-ferro foi trazido da Alemanha.
D. Lamberto que era marmorista pediu que para feitura do mesmo se
trouxesse a madeira mas dura para que ele pudesse talhar. Posteriormente a
madeira ganhou uma tonalidade mas escura. A
disposição dos lugares no cadeiral segue a orientação da Regra de São Bento no
que toca a organização da comunidade monacal “Portanto, segundo a ordem que ele
tiver estabelecido ou que tiverem os irmãos, apresentem-se estes para a Paz,
para a comunhão, para entoar os salmos, para estar no coro”.
Encontramos o lugar do Abade, Prior e Subprior e dos demais membros de acordo
com seu tempo de vida monástica.
Lembrança da missa de exéquias
Lapide sepulcral no cemitério
Claustral do Mosteiro de São Bento da Bahia
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