Arquivo Histórico
do Mosteiro
de São Bento da Bahia
Seguindo a longa tradição beneditina de salvaguardar o conhecimento adquirido ao longo dos séculos, encontramos dentro do Arquivo Histórico do Mosteiro de São Bento da Bahia toda a memória da Congregação Beneditina do Brasil como também do primeiro Mosteiro fundado no novo mundo.
No acervo do arquivo, veremos
obras cujas datas vão desde o século XVI até o XXI, escritas em diversos
idiomas como: latim, alemão, grego, português arcaico e moderno, além de manuscritos dos
primeiros momentos da instalação da primeira casa beneditina, fundada no
Brasil, textos de teologia, filosofia, história da Igreja, História do Brasil, os
preciosos 5 volumes do livro do tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia, onde
encontramos o testamento da índia tupinambá princesa Catarina Paraguaçu, benfeitora deste
Mosteiro.
Sendo um arquivo
prioritariamente monástico, ele reserva, ainda, um precioso espaço para
documentos relacionados à vida dos monges e abades beneditinos que viveram
neste mosteiro, bem como crônicas da comunidade monástica de períodos diversos,
passando pelos primeiros fundadores portugueses aos reformadores alemães do
século XIX, livros de registro de missas, documentos históricos relativos à
invasão holandesa de Salvador em 1624, breves pontifícios etc. Dentre as
raridades preciosas que enriquecem as prateleiras rolantes, encontram-se alguns
incunábulos que são livros impressos nos primeiros tempos da imprensa com tipos
móveis, não escritos à mão, dentre eles possuímos beatus
sententias duns scotus datado de 1503.
A história da biblioteconomia nos mostra não somente o papel que fora utilizado na
confecção dos livros, como também outros materiais, que dignificam o valor da coleção bibliográfica que foram utilizados para adornarem os frontispícios dos livros. No arquivo, encontraremos dentre eles: veludo, couro de carneiro e porco, ouro, prata etc.
Algumas coleções são únicas, como a biblioteca de ouro, composta de títulos comprados na Europa, após a II guerra mundial, organizada pelo
antigo arquivista Dom José Edres, OSB. Em sua maioria escritos em
alemão e latim. Publicações da antiga tipografia beneditina, que teve sua sede
no Mosteiro de São Bento da Bahia, dentre eles o primeiro missal bilingue latim
e português, organizado por Dom BedaKeckeisen,OSB, com ilustrações de Ir. Paulo
Lachenmayer,OSB o Mosteiro de São Bento da Bahia de autoria de Dom Gregório
Müller,OSB, e a monumental obra Os artistas do Mosteiro de São Bento do Rio de
janeiro de autoria do pesquisador Dom Clemente Maria da Silva Nigra,OSB. Outros
autores importantes se fazem presentes como é o caso de Frei Vicente do
Salvador, respeitável cronista que nos narra fatos interessantes do período
colonial em sua obra História do Brasil.
As cartas de profissão monástica
dos Monges são um importante legado desta instituição monástica, se estendem do
século XVI ao XXI, são a fórmula da profissão religiosa monástica, lida no
ato de sua consagração ao tornarem-se monges, de linguagem própria se
distinguem tanto pela singeleza quanto riqueza da decoração com iluminuras. Um outro
repositório importante são o conjunto de fotos que registra a vida dos monges da
congregação beneditina, com registros desde o nascimento da fotografia.
Livros litúrgicos ricamente
decorados com iluminuras e capitais ocupam o espaço do arquivo, como missais,
lecionários em latim que possuem capas ricamente decoradas e que foram utilizados
na liturgia da missa, e agora estão guardados para que sejam preservados da
ação do tempo. Um grupo diverso e importante é o de livros que passaram pelo
processo de restauro e na sua maioria perderam a capa original, tendo, porém,
seu conteúdo preservado, recebendo a encadernação monástica com a capa de
couro de carneiro curtido.
O arquivo
do Mosteiro de São Bento é procurado por uma infinidade de pesquisadores das
mais diversas aéreas do conhecimento, que buscam enriquecer seus trabalhos com
informações verídicas, dando assim respaldo aos seus estudos.